Estúdio Zeco
16/11/2022
João Só ao vivo nos Casinos de Espinho e Estoril
Ando sempre à procura de sinais na minha vida que me indiquem caminhos a seguir na constante procura de me exprimir. A minha cabeça está sempre a pensar no próximo projeto, como forma de crescimento e de aproveitamento do que estou constantemente a aprender.
Apercebi-me que a “Sorte Grande”, a canção em formato de dueto que me tornou possível seguir uma carreira musical, faz dez anos que foi lançada. O sucesso que atingiu foi possível com a ajuda preciosa de uma querida amiga, a Lúcia Moniz, que me emprestou o seu talento e me mostrou que às vezes as canções podem ser ainda maiores.
Esta constatação fez-me refletir que, de facto, frequentemente têm sido mulheres que me têm empurrado, segurado, inspirado e ensinado tantas coisas. A começar pela minha mãe e a minha tia que me tornaram músico desde o berço, passando pela minha mulher que inspira e está em tantas das minhas histórias, até outros seres humanos estupendos com quem tenho trabalhado e que me têm marcado, e que por acaso são mulheres.
As mulheres nem sempre terão tido as mesmas oportunidades no mundo da música, nem sempre são vistas como fortes e igualmente capazes, o que me parece que não poderia estar mais longe da realidade. As mulheres são tudo isso e ainda carregam o peso do preconceito. Todas estas em que penso vivem livres de pensamento, são criativas, imensamente talentosas e ajudaram-me a mim a ser muito melhor, sempre de forma tão abnegada e natural.
Decidi fazer vários espetáculos com alguns destes pilares do meu edifício em mente e convidá-las a cantar em dueto a história de um homem grato.
As mulheres ajudam-me a sintetizar-me na minha essência, que é ao que o “Só” do meu nome se refere. Ajudam-me a nunca me sentir solitário.
Por isso quero cantar, por e com elas.